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História

Perolândia

A história de Perolândia teve início em meados do século XX, quando aqui chegou o senhor Geraldo Alves Vilela, comerciante e ‘capangueiro’ de diamante. Ele veio convidado pelo Sr. Altino de Carvalho proprietário da ‘Fazenda Brabeza’, então município de Jataí, para medir uma área de 25 hectares, destinada a um loteamento inicialmente denominado Patrimônio que ficou sob a sua responsabilidade. Ficou assim o loteamento ‘Patrimônio’ nas mãos de um dos funcionários que em 1957, construiu sua casa e se tornou pioneiro (primeiro morador). No dia 07 de outubro, do mesmo ano, ele já passou a morar no ‘Patrimônio’ e instalou o seu comércio que abastecia os moradores da região. A principal causa da fundação do ‘Patrimônio’ foi a extração de Peroba Rosa, para serem usadas na construção de Brasília. Também a extração de minério (calcário), a agricultura e a pecuária foram um grande passo para o povoamento do “Patrimônio”, o qual posteriormente recebeu o nome de Perolândia, devido a grande quantidade de Perobas Rosas existentes nesta região e que foram usadas na construção de Brasília. Geraldo Alves Vilela, o pioneiro de Perolândia, queria batizar o local de JAMICA, em referência às três cidades próximas – Jataí, Mineiros e Caiapônia. Alguns defendiam Altinópolis, em homenagem ao proprietário das terras, Altino de Carvalho. Porém, os defensores da homenagem às perobas acabaram ganhando e deu-se à localidade o nome definitivo de Perolândia. As primeiras famílias que vieram para Perolândia foram: BERALDO, VILELA, ARAÚJO E PEREIRA, mas hoje, Perolândia conta com uma população miscigenada formada por descendentes das famílias pioneiras e por migrantes vindos principalmente do sul e nordeste do Brasil, além dos oriundos de cidades vizinhas, principalmente de Jataí, Mineiros e Caiapônia. O povoado de Perolândia, foi elevado a Distrito de Jataí em 2 de dezembro de 1971. O Município foi criado através da lei estadual nº 11405, de 16 de janeiro de 1991, desmembrando de Jataí, tendo, portanto, 21 anos de emancipação política e administrativa. Porém, de acordo com a Lei Municipal nº 027/1997, o dia do aniversário do município é comemorado, no dia 7 de outubro, data da instalação do pioneiro. O município de Perolândia localiza-se na região Sudoeste do Estado de Goiás, tem cerca de 1.030 quilômetros quadrados de área e uma população de 2.964 habitantes (IBGE, 2022), distando 386 km da capital do estado, Goiânia. A principal atividade econômica de Perolândia é a pecuária, a agricultura, a extração de calcário e agora a produção de etanol e beneficiamento de algodão. Com a inauguração da Usina de Álcool e Bioenergia, e da Algodoeira, ocorridas no final de 2011. Perolândia sofreu um rápido crescimento demográfico, passando a ter uma população estimada em 4.000 habitantes.

Pesquisa realizada por Prof. Joel de Brito

Outro fato importante que marcou a história de Perolândia foi a passagem da Coluna Prestes na região, fato que será narrado em seguida, pelo fotografo André Monteiro e os historiadores Dr. José Martiniano da Silva e Binômino Costa Lima.

Sexta-feira, 13 de janeiro de 2012, fui ao Combate, entre Jataí e Perolândia, em Goiás. Local do mais famoso dos entreveros da Coluna Prestes em sua inédita jornada de 25.000 km durante 2 anos pelo Brasil, de 1925 a 1927, a Invernada foi uma das passagens da coluna por Goiás, cuja marcha não foi superada nem pela histórica Grande Marcha de Mao-Tse Tung na Revolução Chinesa de 1949, que, embora duríssima, não passou de 10.000km e durou 1 ano, de outubro de 1934 a outubro de 1935.

O comando da Coluna, 1925

A visita, feita a convite do Dr. José Martiniano da Silva para fotografar o sítio histórico, me fez admirar ainda mais o trabalho do historiador, que munido do seu caderno de notas, de sua curiosidade, da paixão pelo passado e pelo interesse em desvendar nossas origens, consegue viver como ninguém a emoção de estar no mesmo lugar em que nossos antepassados estiveram, de mirar a paisagem com o mesmo olhar que eles miraram, de tocar as paredes, os muros, as cercas e os objetos que eles tocaram e de, com isso, procurar entender e transmitir suas motivações, seus sonhos, seus medos, suas lutas e suas conquistas. Em um dia de muita chuva e na companhia de um historiador do calibre de Dr. Martiniano e de um dos maiores conhecedores da geologia e da flora do bioma Cerrado no Brasil, Binômino Costa Lima, o Meco, mergulhei numa fantástica viagem ao coração do maior conflito armado da Coluna Prestes no Brasil, que se deu em solo goiano. Do local conhecido como Combate, onde nos dias 29 e 30 de junho de 1925, morreram dezenas de combatentes na luta entre as forças legalistas e os membros da Coluna Prestes, os então chamados “revoltosos”, fui à sede da fazenda, onde, ao ver a mesma casa e o mesmo curral vistos por Prestes, Juarez Távora, Siqueira Campos, Djalma Dutra, João Alberto, Cordeiro de Farias, Klinger e tantos outros combatentes anônimos, e pisar o mesmo solo pisado por eles há muitos anos atrás, em um momento tão definidor de nossa república, fiquei com um espanto que jamais poderei reduzir, o mesmo espanto citado por Roland Barthes em seu livro “A câmera clara”: “Um dia, há muito tempo, dei com uma fotografia do último irmão de Napoleão, Jerônimo (1852). Eu me disse então, com um espanto que jamais pude reduzir: vejo os olhos que viram o Imperador! Vez ou outra eu falava desse espanto, mas como ninguém parecia compartilhá-lo, nem mesmo compreendê-lo (a vida é, assim, feita a golpes de pequenas solidões), eu o esqueci.”

Sede da Fazenda Zeca Lopes

Não é da minha competência narrar os fatos históricos ali ocorridos, pois cabe ao Dr. Martiniano essa belíssima tarefa. Mas, munido de minha curiosidade incansável sobre o passado, pude fazer uma comparação entre o que ouvi dos descendentes de Zeca Lopes, até hoje proprietários da fazenda, com os livros que possuo da Coluna – A Coluna Prestes, de Neill Maccaulay (ed. Difel, 1977), brazilianist norte-americano; A Coluna Prestes, Marchas e Combates, de Lourenço Moreira Lima (ed. Alfa-Ômega, 1979), o escriba da coluna; e a biografia Prestes, Lutas e Autocríticas, de Denis de Moraes e Francisco Viana (ed. Vozes, 2ª edição, 1982). E feliz fiquei por encontrar confirmações de quase todas essas histórias, dramas individuais e momentos terríveis: assim foi com a história do cavalo de Prestes, que na saída da Invernada para Caiapônia, empinou no escuro da noite e caiu em um barranco, quase matando seu cavaleiro; com o oficial “revoltoso” encarregado de ir com uma patrulha incendiar a ponte sobre o Rio Claro, entre a atual Perolândia e Jataí, e que, após cumprir sua tarefa, desertou mas ordenou a seus soldados que retornassem ao QG da coluna, na Invernada; com o oficial legalista ou da coluna, que se encontra enterrado no pequeno cemitério nos fundos da sede da fazenda. Também encontrei algumas discordâncias, como a data exata do combate: Macaulay diz que foram dois os combates, um no dia 29 quando as tropas legalistas de Klinger alcançam o destacamento de Djalma Dutra e trocam tiros e outro na madrugada de 29 para 30 de junho, quando uma coluna comandada por Juarez, saindo da sede da fazenda onde estavam acantonados, resolve atacar Klinger no próprio local do combate do dia anterior, e então se dá o grand-finale de uma tragédia, com dezenas de mortos, principalmente entre os “revoltosos”. Moreira Lima também fala dos dois dias, acrescentando algumas informações: que os destacamentos de João Alberto e Siqueira Campos aprestaram-se e, saindo da sede da fazenda ainda no dia 29, foram combater Klinger e que no dia 30 o combate continuou furiosamente, mas não cita Juarez. Já os moradores atuais, herdeiros de Zeca Lopes, não citam as duas datas, fixando-se no dia 29 de junho como o “grande” dia, em função da memória oral da família.

O campo da batalha, hoje. Perolândia, GO

Contrariamente a essa mesma tradição oral, que ora se refere à coluna como revoltosos e ora como comunistas, Prestes, em entrevista aos autores Denis de Moraes e Francisco Viana (em “Prestes, Lutas e Autocríticas”), diz que “Naquela época eu nunca tinha ouvido falar de marxismo, nem de Lênin, muito menos da revolução de outubro de 1917, na Rússia. Era apenas um homem revoltado com a maneira pela qual se governava o país”.

Cruzeiro no local do combate – hoje. Perolândia GO

Pois lá na invernada está o Cruzeiro, erguido em homenagem aos mortos no local do sangrento combate e que hoje, quase oculto pelo cerradão, resiste ao tempo como testemunho e registro da história. E na presença desse cruzeiro lamentei o descaso das autoridades em relação aos nossos sítios históricos, lamentei pelo passado heroico de nossa gente que escorre pelos dedos e que, se não fosse pela determinação dos historiadores, estaria perdido para sempre nas brumas do tempo. Mas tenho duas sugestões: que a Prefeitura de Perolândia, município onde se encontra o Cruzeiro do combate, coloque ali uma placa comemorativa, limpe o local, faça e mantenha acessos para facilitar as visitas e coloque sinais indicativos de que ali, naquele lugar ermo, muito do que é o Brasil de hoje foi decidido pelas armas pelos homens dos dois lados, que acreditavam estar fazendo o melhor pelo Brasil. E que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o IPHAN, tombe a sede da Fazenda Zeca Lopes, local sagrado onde pousaram as tropas da coluna e de seus perseguidores e onde ideias e ideais com certeza foram discutidas e levadas a cabo por seus integrantes até a última das consequências.

Em 2012, Neldes Beraldo Costa (PT) e Edivino Vilela (PMDB) venceram Solange Assis (PSDB) por uma pequena diferença de 32 votos.[6] Em 02 de outubro de 2016 o candidato Neldes Beraldo Costa disputou a eleição para prefeito contra o candidato Jhonatta Cortez da Silva onde o então candidato Jhonatta Cortez da Silva (PSDB) sagrou-se eleito juntamente com a Vice-Prefeita Lucinda Freese (PDT).

Em 2020 o prefeito Jhonatta Cortez da Silva(DEM) foi reeleito tendo como Vice-Prefeita Grete Elisa Balz Rocha (Cidadania), derrotando Ademim Santos do (PT), fazendo ainda maioria na Câmara de Verdades do Município com 6 Vereadores eleitos.

Perolândia - GO

Fundação: 1991
Aniversário: 7 de outubro
Gentílico: perolandense
População: 2.964 habitantes
Área: 1.033,657 km²